top of page

Sidio Mugadza diz-se inocente e acredita na sua despenalização

  • Foto do escritor: Lancemz
    Lancemz
  • 2 de mar. de 2019
  • 4 min de leitura

Atualizado: 5 de mar. de 2019


O oficial moçambicano, Sidio Mugadza, que foi suspenso pela FIFA por suspeita de estar envolvido num caso de suborno ligado ao crime de Match-Fixing (combinação de resultados) diz-se inocente e acredita na sua despenalização pelo Comité de Apelo do organismo máximo do futebol mundial. 


Por Alfredo Júnior



ree


Em conferência de imprensa concedida na sede da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e na qual esteve acompanhado pelo vogal de Direcção da FMF, António Caetano, Sidio Mugadza disse que na sua defesa vai contar com o apoio da CAF- Confederação Africana de Futebol e da COSAFA - Conselho das Associações de Futebol da África Austral, organismo que acreditam na sua inocência, dado o percurso incólume de Mugadza nestes órgãos de gestão do futebol africano. 


Antes de Mugadza se explicar, António Caetano começou por dar conta que a FMF “ainda não tinha sido notificada oficialmente pela FIFA” sobre este assunto, tendo esclarecido que o caso "não tem nada haver com actos de gestão da FMF e em termos de horizonte reporta-se a factos que ocorreram em 2008, sendo estes dois aspectos importantes a aclarar", sublinhando que a aparição da FMF nesta conferência de imprensa está relacionada com o facto de Sidio Mugadza "ser funcionário da Federação e ter responsabilidades diversas na região através da COSAFA, na CAF e em programas de desenvolvimento que estão a ser implementados pela FIFA em Moçambique".


Noventa mil dólares que originaram a suspensão


Na conferência de imprensa deste sábado, Sidio Mugadza confirmou ter sido sancionado por alegadamente ter se envolvido com o barão do "Match-Fixing", Wilson Raj Perumal, cuja organização convidou a seleção Moçambicana de futebol para tomar parte num torneio internacional que decorreu em Outubro de 2008 na Malásia, conforme LanceMZ avançou na sua publicação desta sexta-feira.



ree


"A carta convite desse torneio dizia que nesta deslocação a FMF iria receber as passagens aéreas de ida e volta a Kualalumpur, tinha direito de acomodação, alimentação, transporte interno e, inclusive, o pocket-money para os 26 elementos da delegação", contou Sidio Mugadza que assumiu as tarefas de coordenador geral desta delegação que contou com a presença de Luís Nhancolo, então vice-presidente da FMF para área de Finanças, Filipe Johane, Secretario Geral, e Mart Noij, o selecionador nacional. 


Para além das condições acima descritas, Mugadza relata que os organizadores comprometeram-se em dar um prémio de participação de 90 mil dólares americanos, tendo Wilson Raj Perumal e seus pares se predisposto a pagar apenas 30 mil dólares e que serviram para pagar o pocket-money da delegação, a razão de 1500 Dólares americanos por cada um dos oficiais da FMF e 1000 dólares pelos 20 jogadores, para os 17 dias de presença na Malásia. 


Os restantes 60 mil dólares americanos é que colocaram em desavenças entre Sidio Mugadza e Wilson Raj Perumal, pois os responsáveis pelo convite exigiram que a seleção Moçambicana entrasse para o esquema do "match-fixing" como condição para receber a parte em falta.


“Percam por 6-0 e recebam 60 mil dólares"


O oficial Moçambicano na CAF e FIFA conta que "tudo o que estava combinado mudou quando os organizadores informam que o torneio já tinha o vencedor decidido e Moçambique que estava no grupo de Vietname, Myanmar e Bangladesh tinha que, no primeiro jogo, mostrar as suas potencialidades apenas nos primeiros 45 minutos e na segunda parte deixar-se perder por 6-0. 



ree


"Transmiti esta informação à equipa técnica que prontamente não aceitou o mesmo que eu já tinha dito aos organizadores e Moçambique acabou ganhando por 1-0. Na altura os organizadores informaram-nos que perderam milhões de dólares com a vitória dos Mambinhas e em nenhum momento, isto é nos jogos seguintes, a nossa seleção perdeu por 6-0 naquela prova, o que fez com que a organização retira-se os nossos quartos, nos ameaçasse e como tinham perdido dinheiro alegaram que não tinham como suportar a  nossa estadia por lá", contou Sidio Mugadza. 

Depois de regressarem numa data antecipada em relação ao previsto, a FMF então liderada por Feizal Sidat procurou formas de reaver o valor de 60 mil dólares então prometidos o que resultou em fracasso total. A Federação da Malásia declinou qualquer responsabilidade no caso.


Culpado por não denunciar o aliciamento 


Sidio Mugadza diz que o Comissão Independente de Ética da FIFA acabou por castigar o oficial moçambicano por este não ter denunciado o aliciamento a que foi alvo, bem como estar registado o facto de a delegação Moçambicana ter recebido o valor 30 mil dólares americanos que  acabaram estar integrados no plano para a manipulação dos resultados. 


O oficial moçambicano está convicto que será despenalizado pelo Comité de Apelo da FIFA que deverá tomar em conta o facto de não ter participado na viciação de resultados, o que na sua opinião pode ser comprovado com os resultados de Moçambique no referido torneio que não foram de acordo com o desejo do sindicato então liderado por Wilson Raj Perumal.


Até 21 de Março Sidio Mugadza terá que organizar a sua defesa que contará com a colaboração de especialistas na matéria oriundos da COSAFA e CAF, sendo que a FMF irá dar todo apoio institucional para que o moçambicano veja anulada a pesada pena de estar desligado do futebol internacional e nacional por um período de 15 anos, para além de pagar uma multa pecuniária de 3000 Francos Suíços, o equivalente a 3000 dólares americanos (cerca de 195 mil medicais). (LanceMZ) 


Veja o video da conferencia de imprensa de Sidio Mugadza:






Bình luận


bottom of page