Manuel Chang não será extraditado para os EUA afirma governo sul-africano

O antigo ministro das Finanças de Moçambique e Deputado da Assembleia da República, Manuel Chang, será extraditado pela África do Sul para Moçambique e não para os EUA para enfrentar grandes acusações de corrupção, segundo revelou o Governo de Pretória, de acordo com o que escreve a publicação online do jornal sul-africano Daily Maverick.

Com efeito, a ministra sul-africana de Relações Internacionais e Cooperação, Lindiwe Sisulu, disse ao Daily Maverick em uma entrevista que o seu governo havia aceite um pedido de Maputo para extraditar Manuel Chang para Moçambique, embora a África do Sul o tenha o detido a pedido de Washington através da Interpol.

“Nós concordamos que isso seja tratado de forma célere. Assim que terminarmos com o caso da Interpol, permitiremos que Moçambique tenha o seu antigo ministro de volta. Estamos enviando-o para Moçambique para ser julgado ... e acreditamos que é a coisa mais fácil para todos”, disse Sisulu citada pelo Daily Maverick.

Sisulu acrescentou que o Departamento de Justiça estava agora estabelecer se haveria um confronto entre os EUA e Moçambique, sobre seus pedidos de extradição. Mas ela também estava convencida de que “neste momento recebemos um pedido de Moçambique e estamos favoráveis a isso”.

Manuel Chang está numa prisão na África do Sul aguardando a decisão das autoridades sul-africanas de mandá-lo para os EUA ou para casa, para julgar acusações relacionadas ao desvio de parte de um empréstimo de 2 bilhões de dólares americanos. As autoridades sul-africanas prenderam-no no Aeroporto Internacional OR Tambo a 29 de dezembro de 2018, quando estava a caminho de Dubai.

Ele foi preso em um mandado emitido pela Interpol em nome do governo dos EUA que pretende extraditá-lo para os Estados Unidos para enfrentar acusações de conspiração para cometer fraudes e lavagem de dinheiro durante seu mandato como ministro das finanças entre 2005 e 2015.

Fonte: dailymaverick.co.za